quinta-feira, 29 de outubro de 2009

“Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade das tartarugas
mais que a dos mísseis.
Tenho em mim esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.”




Manoel de Barros

quinta-feira, 22 de outubro de 2009



“Há, neste olhar com que me olhas,
alguma coisa a mais que não defino,
algo assim inacessível
e ao mesmo tempo tão chegado.
Há, neste olhar com que me olhas,
uma luz profunda
que me embriaga
e me faz tremer,
ciente de que me vês.



Há, em teu olhar
e no teu jeito,
alguma coisa de íntimo
que me arrebata,
e me atira
num deslumbramento
febril, inebriante.
Sei que me sentes,
embora sem palavras
nos falamos.
Tu sabes que sou a meta,
eu sei que tu és o fim.”


Autoria desconhecida











quinta-feira, 15 de outubro de 2009



"(...) Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo,

e esse medo infantil de ter pequenas coragens."


Trecho da poesia "O Haver" de Vinícius de Moraes


"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."



Fernando Pessoa

quarta-feira, 14 de outubro de 2009


Nos trilhos do tempo



“Os velhos trilhos me esperam fiéis.


Dúbios sentimentos esse lugar provoca.


Emoções inexatas, vagas ...


Uma busca por mim.


Andando nos trilhos, dispersa.


Braços abertos ...


Sensação boa de estar indo ao encontro


De possibilidades viáveis e futuros possíveis.


Beleza bucólica,


Que me deixa embevecida


Como se vislumbrasse os portões do Éden.


Aqui jamais sou figurante ...


Faço parte desse mundo.


O silêncio grita o nome da “miúda”


De fita no cabelo, protegida na forte mão do pai.


E as lembranças de cenas disformes


Querem espanar a poeira


De um passado que sempre estará impregnado


Na retina dos olhos ...


Que hoje olha a cena


Sentindo os efeitos do vento


Nos cabelos já sem fita.


Brisa que arrepia como beijo na nuca ...


Realidade estridente,


Que faz o passado tanger o futuro ...


E traz à consciência minhas verdades.


O céu tingido de laranja, a grama na sola dos pés.


Aqui será sempre minha casa ...


A força sempre estará na mão do meu pai.


Aqui serei sempre menina ...”


Gloria Salles

quarta-feira, 7 de outubro de 2009



Mais pintura à luz e um poema pequeno


“O que tenho me dá e sobra


Essa tarde luminosa sobre a obra de Deus


Quero dividir esta luz e os brilhos seus


Com um grande amor que não me torne escravo


De saudades,


Ciúmes,


Tédio


E adeus.”


Autoria desconhecida



segunda-feira, 5 de outubro de 2009

“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar senão fosse o medo de errar.”



William Shakespeare

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