segunda-feira, 31 de maio de 2010

" Recordo ainda e nada mais me importa


aqueles dias de uma luz tão mansa


que me deixavam sempre de lembrança,


algum brinquedo novo à minha porta ...


Mas veio um vento de desesperança


soprando cinzas pela noite morta !


E eu pendurei na galharia toda


todos os meus brinquedos de criança ...


Estrada afora segui ...


Mas ai, embora idade e senso eu aparente,


não vos iluda o velho que aqui vai:


Eu quero os meus brinquedos novamente !


Sou um pobre menino ... acreditai ...


que envelheceu, um dia, de repente."


(Mário Quintana - Poesias)


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